Mais escolas serão ocupadas em protesto contra o governo golpista de Temer
Deputados defenderam resistência contra retirada de direitos. (Foto: Jean Piter)
O povo precisa, com urgência, ocupar as ruas e prédios públicos e protestar contra os retrocessos propostos pelo governo ilegítimo do presidente golpista Michel Temer. Essa foi a conclusão do debate realizado nesta sexta-feira (07/10/2016), pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerias (ALMG). O encontro contou com a presença de representantes de movimentos sociais e entidades estudantis para discutir formas de enfrentamento aos projetos que estão sendo votados no Congresso Nacional.
Os principais pontos de discussão foram: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela os investimentos da União em áreas sociais nos próximos 20 anos; a reforma do ensino médio, que altera carga horária e retira a obrigatoriedade de disciplinas como sociologia, filosofia, artes e educação física; e a abertura da exploração de petróleo do pré-sal para empresas estrangeiras sem a participação da Petrobrás, o que representará uma perda de R$ 243 bilhões para a estatal.
Resistência
“Temos que subir os morros também e conversar com a população. A maioria não tem noção do que está acontecendo, pois só se informam pela TV”, defendeu Scarllethy Alves, diretora da União Estadual de Estudantes (UEE-MG).
Scarllethy defendeu diálogo com a população. (Foto: Jean Piter)
Bruna Helena, vice-presidente da União Brasileira de Estudantes Secundarista (UBES) em Minas, disse que a proposta de reforma do ensino médio vai contra tudo que foi construído na última década. “Estávamos pedindo mais carga horária de filosofia e sociologia, mais diversidade na educação física, como vôlei e natação, entre outros pontos. Agora, as poucas conquistas que tivemos estão sendo jogadas fora. Não abriremos mão delas”.
Bruna disse que conquistas dos estudantes estão ameaçadas. (Foto: Jean Piter)
“O Estado está sendo desmontado com a PEC 241 e com a entrega do pré-sal ao capital estrangeiro. Temos que ir às ruas contra essas propostas ou vamos entrar em uma era de pobreza geral do país”, ressaltou o deputado estadual Rogério Correia.
Ocupações
Estudantes de todo o país estão ocupando escolas em protestos contra as medidas do governo golpista. Uma delas é o Estadual Central, na capital mineira. “Vamos incomodar esse governo ilegítimo que quer tirar nossos direitos e nos censurar. Querem tirar nossa liberdade de expressão. Mas vamos lutar e ocupar mais e mais escolas. Não poderão nos calar”, disse Daniela Moura, presidente do grêmio da unidade, e diretora da União Colegial de Minas Gerais (UCMG).
Daniela falou sobre ocupação do Estadual Central. (Foto: Jean Piter)
Retrocessos
Para o presidente da União da Juventude Socialista (UJS) em Belo Horizonte, Clauderson Black, as camadas mais pobres da população serão as mais atingidas pelo governo Temer. “Avanços como o Prouni e o Minha Casa Minha Vida serão destruídos. O projeto dos golpistas é tirar dos negros e pobres o acesso ao ensino e à inserção social. Não podemos deixar que um cara que não um voto sequer decida o futuro da juventude. Vamos ocupar tudo e resistir”.
Black defendeu a ocupação de escolas. (Foto: Jean Piter)
“Vivemos um momento em que precisamos defender os direitos que foram conquistados. A proposta de reforma do ensino médio vai gerar uma série de demissões de professores das disciplinas que deixarem de ser obrigatórias. Isso porque não querem uma geração que pensa e questiona”, afirmou Aruanã Leonne, militante do Levante Popular da Juventude.
Para Aruanã, reforma do ensino médio é um retrocesso. (Foto: Jean Piter)
Contrainformação
O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Cristiano Silveira, criticou o trabalho feito por parte dos grandes veículos de comunicação. “A imprensa faz a contrainformação. Faz sensacionalismo com a Operação Lava Jato, para demonizar partidos de esquerda. E ao mesmo tempo tira o foco das questões que realmente vão afetar a vida da população, como a PCE 241 e a retirada do pré-sal da Petrobrás”.
O subsecretário de Juventude da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac), Miguel Ângelo Monteiro Andrade, questionou o andamento da Operação Lava Jato. “A Polícia Federal esqueceu as delações contra Aécio Neves e está caçando os partidos de esquerda para tirar a atenção do povo. São dois pesos e duas medidas. É um golpe maior que o de 64, por conta dos cortes de direitos adquiridos”.
Audiência Pública
Os deputados Cristiano Silveira e Rogério Correia anunciaram que será realizada uma audiência para discutir os possíveis impactos das medidas do governo golpista na educação. O encontro será feito no Estadual Central para facilitar a participação dos estudantes. O requerimento para a reunião deverá ser votado na Comissão de Educação na próxima semana.
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