Movimentos sociais manifestam apoio aos professores do Paraná

Em audiência pública realizada na quinta-feira (30) na ALMG, representantes de vários movimentos sociais manifestaram apoio aos professores do Paraná, que sofreram violenta repressão da PM na última quarta-feira (29), durante um protesto, em Curitiba.
Eles também defenderam a legitimidade da Medalha da Inconfidência recebida pelo líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile. A homenagem, entregue pelo governador Fernando Pimentel, no último dia 21, foi alvo de críticas pesadas por diversos setores da sociedade.
Não à violência
A presidente da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais do Estado de Minas Gerais (Asthemg), Mônica Abreu Fernandes, lembrou os protestos feitos pela categoria em Belo Horizonte. “Nós fechamos a Praça Sete várias vezes para reivindicar melhorias das nossas condições de trabalho. Em momento algum apanhamos da polícia. Mesmos assim sangramos juntos com os professores do Paraná”.
“O que os professores vêm fazendo no país é um exemplo de luta para todos os trabalhadores. Por outro lado, o PSDB está dando aula de desrespeito à democracia. Temos que ir para as ruas para defender nossas bandeiras. Não podemos nos intimidar com a truculência dos governantes autoritários”, disse o membro da Coordenação Estadual do MST em Minas, Cristiano Meireles.
A secretária de Organização da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marilda Araújo, criticou a postura dos tucanos. “Lembro que Aécio Neves disse que iria ao Paraná para buscar as boas práticas do governo de Beto Richa. Ainda bem que ele não foi eleito, ou teríamos um polícia truculenta reprimindo protestos com violência no país inteiro”.
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Medalha merecida
“O MST já ganhou a Medalha da Inconfidência em 1999. Stédile não é um fora da lei. Ele é o representante de um movimento que luta pela dignidade de milhares de brasileiros. Nós do Ministério Público não vamos permitir que pessoas como ele sejam criminalizadas por buscar seus direitos”, afirmou o procurador de Justiça Afonso Henrique de Miranda Teixeira.
Democracia
O coordenador nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens e um dos organizadores do 6º Encontro dos Movimentos Sociais, Joceli Jaison José Andrioli, destacou as mudanças ocorridas em Minas. “Este ano, pudemos acompanhar a cerimônia do dia 21 de abril na Praça Tiradentes, em Ouro Preto. Até o ano passado, a população era impedida pela PM de se aproximar do local. São novos tempos em Minas”.
Repressão
Maria Abadia de Souza, presidente do Sindicato dos Servidores do Ipsemg (Sisipsemg), lamentou a situação de alguns trabalhadores do estado. “Tem muitos funcionários sendo perseguidos por estarem lutando por seus direitos aqui em Minas. Eles vêm sofrendo assédio moral, cortes de salários e benefícios como forma de intimidação. Isso é inadmissível”.
Minas do passado
A presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), Beatriz Cerqueira, lembrou que em Minas os protestos também já foram reprimidos com violência. “Em setembro de 2011, na inauguração do relógio da Copa, o Batalhão de Choque da PM usou bombas de efeito moral e spray de pimenta contra professores. Lembrando que a maioria de nós, professores, é composta por mulheres. Uma covardia sem igual”.
Beatriz Cerqueira distribuiu rosas brancas aos presentes na audiência para simbolizar a indignação coletiva com o ocorrido com os professores no Paraná.
17 heróis
O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Cristiano Silveira, ressaltou que 17 policiais também foram injustiçados no Paraná. “Eles foram presos de forma covarde por terem se recusado a participar das agressões contra os professores. Esses policiais também merecem nosso apoio e nosso respeito por tamanha dignidade.