Justiça cancela reintegração de posse de acampamento do MST em Campo do Meio
Deputados visitaram o acampamento em novembro de 2018. (Foto: Sarah Torres / ALMG)
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) cancelou a liminar de reintegração de posse do acampamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, no sul do estado. O julgamento foi realizado nessa quinta-feira (11/07/2019), em Belo Horizonte. A decisão foi assinada pelo desembargador Luciano Pinto, que considerou que a empresa falida da Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (Capia), que reivindica a posse do terreno, já havia desistido da ação em uma audiência de conciliação.
O acampamento Quilombo Campo Grande foi construído pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) há 20 anos. Hoje 450 famílias vivem e produzem no terreno, também conhecido como Fazenda Ariadnópolis. São 1.100 hectares onde são cultivadas lavouras diversas, como café, milho, feijão, mandioca, amendoim, ervas medicinais, frutas, hortaliças, entre outras.
Deputados comprovaram o uso produtivos das terras da fazenda Ariadnópolis. (Foto: Sarah Torres / ALMG)
Em novembro de 2018, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou audiência pública para discutir a situação do acampamento. Na ocasião, o então presidente da Comissão, deputado estadual Cristiano Silveira, defendeu a desapropriação do terreno para que os famílias pudessem ter a posse definitiva da terra. No mesmo mês, o parlamentar visitou o Quilombo Campo Grande para verificar se realmente havia produção de alimentos no local, o que estava sendo questionado pela Justiça.
“Visitamos o acampamento e verificamos a grande produção de alimentos feita pelas famílias. Alimentos saudáveis, de qualidade, como o café que eles plantam. Comprovamos o uso social da terra, documentamos e enviamos ao Ministério Público para que isso pudesse ser acrescido ao processo. Agora, tivemos uma grande vitória com o cancelamento do pedido de reintegração de posse. Vamos continuar na luta para que seja feita a desapropriação definitiva do terreno”, destacou o deputado estadual Cristiano Silveira.
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