Integrantes do MST devem deixar fazenda ocupada em Tumiritinga

Os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocupam parte de uma fazenda em Tumiritinga, no Vale do Rio Doce, deverão deixar o local nos próximos dias. Nesta quarta-feira (15), deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) estiveram na cidade para acompanhar a apuração do conflito agrário entre o proprietário do terreno e os moradores do acampamento. Os parlamentares estavam acompanhados de representantes do Governo do Estado e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
“Recomendamos aos integrantes do MST que deixem o local para que o conflito não se agrave. Eles estão dispostos a sair e para isso querem auxílio-moradia e a presença da polícia no local, por medida de segurança, até que elem possas se mudar. Também foi solicitado que o Incra indique um novo local para que eles possam se estabelecer. Além disso, eles pedem investigação sobre as ameaças que os líderes do acampamento vêm recebendo. Vamos nos esforçar para que um acordo seja feito o mais rápido possível”, explica o presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, deputado Cristiano Silveira.
De acordo com o superintendente do Incra, Gilson de Souza, as medidas já estão sendo tomadas para que as famílias deixem o local. “Estamos analisando uma lista de sugestões de áreas que poderão ser ocupadas. Vamos ver qual delas é mais viável. Em caso de terras improdutivas, o Incra pode fazer o assentamento. Em terrenos onde já existe alguma produção, é preciso acordo com o proprietário. Vamos discutir qual é a melhor opção e dar agilidade ao processo para que o MST possa sair dessa fazenda em Tumiritinga o quanto antes”.

Estiveram na cidade os deputados Cristiano Silveira e Rogério Correia, o diretor de conflitos Rurais da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Social e Cidadania, Wilton Miranda; o diretor técnico da Rural Minas, Alexandre Chumbinho; o tenente-coronel da Polícia Militar (PMMG), Célio Menezes; e o superintendente do Incra, Gilson de Souza. Eles se reuniram com o prefeito de Tumiritinga, Juliano Vicente, para discutir a situação do MST no município.
Queda do avião
Nessa terça-feira (14), o dono da fazenda ocupada pelo MST e prefeito de Central de Minas, Genil Mata da Cruz, de 39 anos, morreu devido a queda de um avião em que ele pilotava. A aeronave de pequeno porte caiu quando sobrevoava o acampamento. Douglas Rafael da Silva, de 28 anos, também estava no monomotor e não sobreviveu.
Os moradores do local relataram à polícia que os ocupantes do avião jogavam bombas e coquetéis molotov no acampamento, em voos rasantes. Em uma das manobras, o piloto teria perdido o controle, provocando a queda. Outra versão apresentada é de que a aeronave teria sido abatida por tiros disparados por membros do MST. A Polícia Civil (PCMG) está investigando o caso.
Os corpos das vítimas foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Governador Valadares. Os dois serão velados na quadra poliesportiva de Central de Minas. Os sepultamentos estão marcados para as 10h de quinta-feira (16), no cemitério municipal.
Aeronáutica
Uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) esteve no local nesta quarta-feira. Eles vão apurar o caso para descobrir as causas que levaram a queda do avião. Também será investigado o possível uso da aeronave para ataque ao acampamento com material explosivo, o que é crime federal.
Veja a reportagem da TV Alterosa sobre o caso: