Redução da conta de energia para indústria de ferroligas será tema de audiência pública na ALMG

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizará uma audiência pública para discutir a Medida Provisória (MP) 677/15, que estende os contratos entre as indústrias eletrointensivas do Nordeste do país e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) até 2017. A regulamentação do governo federal garante um custo menor na conta de energia das empresas do setor instaladas na região. Os parlamentares querem debater a possibilidade dos municípios mineiros também serem atendidos por esse benefício. A reunião contará com a participação de membros das comissões de Trabalho e Previdência, Minas e Energia e Direitos Humanos.

Os deputados solicitaram a reunião, na quinta-feira (9), durante debate sobre a crise das indústrias de ferroligas e de silício metálico de Minas, realizado no Teatro da ALMG. Prefeitos, representantes de sindicatos e trabalhadores falaram sobre os problemas enfrentados pelo setor devido aos últimos aumentos na conta de energia elétrica no estado. Enquanto no Nordeste essas empresas pagam aproximadamente R$ 122 por Mw/hora, nos municípios mineiros, esse valor chega a R$ 400. De acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira de Ferroligas e Silício Metálico (Abrafe), Edivaldo Holman, a energia representa entre 40% e 45% dos custos de produção.

O debate, realizado pela Comissão de Trabalho e Previdência, foi motivado pelo fechamento da fábrica da multinacional Novelis, em Ouro Preto, na região Central. O fim das atividades resultou na demissão de mais de 300 pessoas. Na mesma cidade, a Vale Manganês reduziu salários. Para evitar que a situação fique ainda pior, empresários do setor e sindicatos querem que a MP 677/15 seja estendida para Minas. Roberto Wagner Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, sugeriu que as empresas beneficiadas voltem a garantir o mesmo número de postos de trabalho de 24 meses atrás, com a contratação de novos trabalhadores.

Trabalhadores

De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Julião, Roberto Wagner Carvalho, 80% das empresas de ferroligas do país estão em Minas Gerais. O estado tem 22 indústrias desse setor, com 66 fornos, dos quais 40 estariam desligados. “É uma indústria que representa 34% do PIB mineiro. Em alguns municípios, chega a representar 97% do PIB”.

Para o superintendente de Prospecção e Relacionamento Comercial com Clientes Corporativos da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Eduardo Vasconcelos, os altos custos da energia elétrica para a indústria se devem a aprovação da Lei Federal 12.783, em 2013. Segundo ele, a regulamentação aumentou a cota de energia produzida para os consumidores residenciais e, por outro lado, reduziu o volume disponível para as indústrias. Com oferta menor, o preço ficou mais alto para o setor. Essa legislação está sendo questionada na Justiça por parte da companhia elétrica.

Cristiano defende medidas para gerar em manter empregos em Minas:

Discussão em Brasília

A MP 677/15 está sendo analisada por uma comissão da Câmara Federal. O deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) já apresentou uma emenda para estender os benefícios para Minas Gerais. “Vamos pedir apoio a toda a bancada mineira na Câmara dos Deputados para que essa emenda seja aprovada. Também vamos pedir o apoio da Presidência da República, do Governo do Estado, da diretoria da Cemig, da Associação Mineira de Municípios (AMM) e da presidência da ALMG. Com os esforços de todas essas instituições, creio que vamos conseguir esse benefício para a indústria mineira”, afirmou o deputado Cristiano Silveira.

Prefeitos de São João del-Rei cobra medidas do governo:

Requerimentos

Os parlamentares vão enviar pedido de providências ao Governo do Estado e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, para que seja aprovado o licenciamento de instalação de linhas de transmissão de energia, relativo ao processo nº 34439/2012/002/2015. De acordo com os deputados, a liberação do empreendimento é fundamental para a geração e manutenção de empregos em Minas. Também será encaminhado à Presidência da República um pedido para sejam mantidas as concessões das hidrelétricas de São Simão, Jaguara e Miranda à Cemig.

Veja as imagens do debate realizado na Assembleia: http://goo.gl/9Br4lL

Com informações da Assessoria de Imprensa da ALMG