AUTISMO CONSCIENTE: Live debate mitos e verdades sobre o autismo
Mitos e verdades sobre o autismo. Esse foi o tema na live realizada na última quinta-feira (16) pelo mandato do deputado estadual Cristiano Silveira. O encontro foi parte da campanha Autismo Consciente e proporcionou aos expectadores um bate-papo acessível e plural, ao trazer uma visão humanizada sobre o Transtorno do Espectro Autista.
O debate contou com a participação da neuropediatra Luciana Rocha, da presidenta da ASPAS-SJ (Associação de Pais de Autistas de São João del-Rei), Daniele Muffato, e do Gabo, autista adulto que dividiu com os participantes suas vivências e experiências.

Autismo é doença?
O primeiro “mito” abordado foi a ideia do autismo como doença. Segundo Luciana Rocha, o autismo não é uma doença, mas sim uma diferença neurológica, a neuropediatra também falou sobre o mito da cura do autismo “não tem cura, nenhum tratamento é capaz de tirar o uma pessoa do espectro autista”. Ela também explicou que os tratamentos são focados em ajudar o desenvolvimento dos autistas. “Nosso objetivo maior é difundir informação, para que as pessoas e quem está lá na atenção primária possam identificar os sinais de alerta e buscar um profissional adequado”, afirmou.
Diagnóstico de autismo
Para o desenhista e quadrinista Gabo, diagnosticado com autismo tardiamente, aos 18 anos, a falta de informação foi determinante para a demora no diagnóstico e identificação do TEA. “Hoje, quando me lembro de algumas passagens da minha infância, vejo que os sinais estavam lá, mas eram sutis”. Foi somente com o desconforto da mudança de rotina, provocada pela entrada na universidade, que Gabo conseguiu buscar ajuda médica especializada em autismo e receber o diagnóstico.
Os desafios para conseguir o diagnóstico e a luta dos pais de autistas por mais inclusão, foi um dos pontos abordados por Daniele Muffato, que também é mãe de um adolescente autista. Daniele explica que o preconceito ainda é um grande obstáculo para que os pais consigam buscar pelo diagnostico e iniciar o tratamento ainda na primeira infância do filho, “O diagnóstico vem melhorando, as famílias estão acessando mais informações, quando alguém percebe que uma criança está com algum atraso no desenvolvimento fala para a mãe, para a amiga, para a colega de trabalho, por que as informações melhoraram muito. Mas ainda existe essa dificuldade das famílias e até mesmo o preconceito, que é o que precisa ser definitivamente quebrado.
Políticas Públicas para autistas
O deputado Cristiano Silveira, enfatizou a importância das associações como fonte de acolhimento, compartilhamento de experiências e articulação nas lutas em defesa dos direitos dos autistas. Também abordou a necessidade de políticas públicas efetivas voltadas para o autismo. Para ele, a aprovação de leis por si só não promove mudanças, políticas públicas efetivas partem da sensibilização da sociedade “para que ela se aproprie daquilo que lhe é de direito”.
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