Deputados cobram plano de cargos e salários para servidores administrativos da Polícia Civil

Comissão de Direitos Humanos
Representantes do Governo e dos trabalhadores estiveram na reunião. (Foto: Ricardo Barbosa / ALMG)

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) solicitará ao Governo de Minas providências para que a pauta de reivindicações dos servidores da Polícia Civil (PCMG) seja atendida. Em audiência pública, realizada nesta quarta-feira (16), os funcionários administrativos da corporação pediram a criação de um plano de cargos e salários para a categoria. Segundo eles, a proposta apresentada busca, como forma de valorização, reduzir as diferenças de remuneração entre trabalhadores com mesmo nível de escolaridade.

 

“Hoje na Polícia Civil temos técnicos de nível médio que recebem salário-base de cerca de R$ 1,5 mil. Os investigadores, de mesmo nível, ganham R$ 4 mil. Analista com curso superior recebe em média R$ 2,2 mil, enquanto um perito ganha R$ 7,8 mil. Não queremos os mesmos salários, queremos valorização. Buscamos uma equiparação da nossa remuneração inicial que considere o grau de escolaridade e o risco das funções exercidas. Sem o trabalho dos administrativos, a corporação não funciona”, disse a analista Tânia Maria Oliveira.

 

O secretário-geral da Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Sudeste, Valério Schettino, destacou o fato de hoje cerca de 40% dos investigadores estarem em desvio de função. “São agentes que deveriam fazer investigações, mas estão ocupados com funções administrativas. É preciso que seja feito um projeto de lei para valorizar os servidores administrativos, com um plano de cargos e salários, a ser implantado a médio e longo prazo. Essa situação tem que ser regularizada para que a corporação tenha um funcionamento melhor”.

 

Comissão de Direitos Humanos
Centenas de servidores acompanharam a audiência. (Foto: Ricardo Barbosa / ALMG)

 

Diálogo

De acordo com a superintendente de Administração de Pessoal da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplag), Luciana Meireles, o governo está sensível à situação dos servidores administrativos. “Estamos analisando a possibilidade de conceder o valor diário de R$ 6,80 para o transporte e R$ 15 por dia para refeições. Também estudamos a mudança de 30 para 40 horas semanais de algumas carreiras para viabilizar a correção das diferenças salariais. Sabemos das dificuldades orçamentárias do Estado, mas não vamos deixar de dialogar”.

 

Para o delegado-geral de Polícia, Antônio Carlos Alvarenga, chefe de Gabinete da Polícia Civil, é preciso manter as negociações. “São reivindicações justas, que foram construídas de forma democrática. Desde fevereiro estamos nos reunindo com as entidades sindicais para analisar a pauta da categoria. Acredito que as questões de transporte e alimentação poderão ser resolvidas a curto prazo. A equiparação salarial precisa ser planejadas para execução em médio e longo prazo. Vamos manter o diálogo com o governo para avançar nessas conquistas”.

 

Providências

Ao final da reunião os parlamentares aprovaram um requerimento de pedido de providências ao Governo. “Estamos pedindo que as secretarias de Defesa Social e de Planejamento, juntamente a chefia da Polícia Civil, avaliem a possibilidade de atender as reivindicações da categoria. É uma pauta justa que busca a valorização dos servidores. Sabemos das dificuldades financeiras do Estado, mas não vamos deixar de lutar pelos trabalhadores. Vamos acompanhar as negociações e cobrar resultados”, disse o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Cristiano Silveira.