Deputados cobram prestação de serviços básicos aos moradores da Ocupação Izidora

Deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vão cobrar do Poder Público a prestação de serviços básicos aos moradores das ocupações da região conhecida como Izidora, na Grande BH. Na sexta-feira (3), parlamentares das Comissões de Participação Popular, Direitos Humanos e Assuntos Municipais e Regionalização fizeram um visita conjunta à comunidade para verificar a situação dos moradores. O encontro foi motivado por audiência pública realizada em maio, onde várias pessoas relataram negativas de atendimento em unidades de saúde e escolas.
Durante a vista, os moradores reclamaram da proposta feita pelo Governo de Minas de construir prédios por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. No local, vivem atualmente seis mil famílias. O estado pretende construir nove mil apartamentos, de dois quartos. Para famílias mais numerosas, seriam oferecidos unidades de três dormitórios. Além disso, a região seria urbanizada e equipada com escolas, postos de saúde, áreas de lazer, acesso a água tratada e esgoto e ao transporte público. Os primeiros imóveis ficariam prontos em 18 meses.
Reclamações

“Pessoas que têm famílias numerosas, por exemplo, não querem essa solução”, disse a coordenadora da ocupação Rosa Leão, Charlene Cristiane. Segundo ela, apenas 30% dos moradores estariam satisfeitos com a proposta. “Na minha casa tem pé de jabuticaba, uva, laranja e maçã. Quem tem planta não quer morar em prédio”, disse Maria Aparecida dos Santos, moradora da ocupação Esperança. “Moro hoje em uma casa de quatro quartos com meus quatro filhos. Ainda estou pagando o material de construção”, disse outra moradora, Eliene Alves Coutinho.
Sem comprovante de endereço, os moradores estão enfrentando transtornos quando procuram por serviços públicos. “Meu pré-natal está atrasado por causa disso”, afirmou Gislaine Dias Araújo, grávida de seis meses e moradora da ocupação Esperança. A situação tem provocado, inclusive, problemas na renovação de cadastros em programas como o Bolsa Família. “Eu não tinha comprovante de endereço, então não deixaram que eu renovasse o cadastro. E se eu não renovar até janeiro, perco o benefício”, disse Sônia Regina Egídio, da ocupação Rosa Leão.
Negociações

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, deputado Cristiano Silveira, disse que vai cobrar do Poder Público a prestação dos serviços à comunidade. “Os postos de saúde e escolas da região não podem negar atendimento. É direitos dessas pessoas o acesso a esses serviços. Vemos aqui também a necessidade de coleta de lixo, água tratada, esgoto, e luz elétrica. Vamos cobrar providências das prefeituras de Belo Horizonte e Santa Luzia para que esse problema seja resolvido no menor tempo possível. Precisamos garantir a dignidade das pessoas que vivem aqui”.
O parlamentar também destacou a urgência dos moradores retomarem as negociações. “O governador Fenando Pimentel tem se mostrado sensível à causa das ocupações. Não por menos, desde o início do ano, o Estado tenta negociar com os moradores. A proposta apresentada pelo Governo é viável e poderá atender a todas as famílias, com moradias dignas e prestação de serviços básicos. Isso vai resolver o problema. É preciso que os representantes das ocupações voltem a dialogar para evitarmos ações de despejo”.
Veja mais fotos da visita no link: http://goo.gl/czN75v
Com informações da Assessoria de Imprensa da ALMG